Trabalhar em Projetos onde todos devem ter a visão de tudo que está acontecendo (transparência), onde tudo é inspecionado frequentemente para detecção de variações indesejadas (inspeção) e ajustes de processo e/ou produto são realizados de forma rápida e não traumática (adaptação), tudo isso alicerçado em uma cultura de valores como coragem, foco, respeito, comprometimento e abertura, para muitos pode parecer utopia corporativa. Entretanto, nos dias de hoje, esta é a mais pura realidade de muitas empresas e equipes de projetos que implementaram Scrum de forma correta.
Conforme definição do Guia do Scrum, este é o framework dentro do qual pessoas podem tratar e resolver problemas complexos e adaptativos, enquanto produtiva e criativamente entregam produtos com o mais alto valor possível.
Esta afirmação estabelece, em poucas palavras, uma série de conceitos profundos e importantes sobre a proposta do método. Destaque para: (1) pessoas, (2) resolver problemas complexos e adaptativos, (3) produtiva e criativamente e (4) entregam produto com o mais alto valor possível.
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Um dos principais valores das abordagens ágeis está no foco em pessoas, inclusive estabelecido no manifesto ágil.
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Problemas complexos aqui sugere que temos incertezas técnicas ou de negócios, sobre ao menos parte do produto que será elaborado. Adaptativos, neste caso, indica que o cenário disposto é dinâmico. Em suma, além do fator de complexidade do cenário estabelecido, as condições gerais que fundamentam tal cenário são mutáveis.
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O conceito de produtividade e criatividade, são também fomentados pelo próprio Manifesto Ágil, e aqui estabelecem que o time trabalhará visando a mais alta produtividade, inclusive buscando a melhoria contínua sempre que possível. Todavia, este time será incentivado a correr riscos (inovação), e talvez falhar, sempre que tais forem oportunidades de avanços de produto para organização.
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Por fim, no Scrum negócios e desenvolvimento de produto trabalham juntos. A participação de negócios dentro do time, materializada na figura de um Product Owner, além de dar o direcionamento ao projeto de quais funcionalidades agregarão mais valor ao negócio, permitirá ao próprio negócio aprender e, assim, tomar decisões rápidas sobre o melhor caminho para o produto.
O guia ainda acrescenta que o Scrum é um método leve, simples de entender e difícil de dominar.
Leve: Scrum estabelece apenas 3 papéis, 5 cerimônias e 3 artefatos o Scrum é um framework bastante leve em comparação com outras abordagens/processos disponíveis nos dias de hoje como PMBOK, Prince, CMMI etc.
Simples de entender: em apenas 20 páginas (incluindo capa e índice) o Guia do Scrum, desenvolvido e mantido pelos criadores do método Ken Schwaber e Jeff Sutherland, possibilita ao leitor, em uma leitura breve e prazerosa, ter conhecimento claro e integro sobre o método.
Difícil de dominar: este item está no caminho oposto dos dois primeiros itens. O fato de ser um método não prescritivo, traz bastante flexibilidade a implementação do Scrum, e deste modo, a grande dificuldade vem dos itens não estabelecidos no Scrum Guide, ou seja, incorporar, viver e promover os valores do Scrum.
Neste ponto surge um jargão muito comum no mundo ágil sobre a diferença em utilizar ágil e ser ágil. Ter um quadro kanban na parede, fazer gráficos de Burndown e executar reuniões diárias em pé, ou seja, conhecer as técnicas para concluir o trabalho, certamente lhe trará inúmeros benefícios, mas o verdadeiro potencial, o maior valor das abordagens ágeis, e neste caso o Scrum, se estabelece ao adotar uma nova cultura de trabalho baseada nos valores do framework, alicerçado nos valores e princípios do manifesto ágil.
O curso de Fundamentos em Scrum da Platzi, além de abordar os atributos e técnicas do Scrum, lhe trará os conceitos de agilidade e direcionamentos de aplicações destes, que fundamentarão seu entendimento sobre o framework e implementação do mesmo em sua companhia.